Acho que não faz uma semana que vi na TV um programa em que se mostrava que as pessoas relacionam o preço de uma garrafa com qualidade. O mesmo produto, quando exposto com preço maior, teve maior venda!
Quando chegamos num hotel, e vemos os preços do Frigobar, podemos ter reações bem diversas:
– se custa muito mais do no super-mercado: – estes caras sempre querendo explorar a gente! Saco! Vou sair e comprar no buteco ali na esquina!
– se é gratuito: – tão ganhando muito na diária, senão não tinha esta colher!
– se é só um pouco mais do que no Super: – legal. Estes caras são sérios. Eles cobram o justo pelo que fornecem!
Vale a pena vender uma água mineral pelo triplo do preço, e perder esta mensagem?
Quando uma loja põe 19,99 no preço, está te dizendo: estou tentando te enganar. Quero dificultar a tua avaliação. Vou fazer o mesmo quando falar da qualidade dos meus produtos!
A história mais deliciosa deste jogo conheci na Argentina. Uma empresa descobriu um jeito de substituir o arame cobreado para solda – muito caro – por um arame revestido por uma camada de proteção incolor, muito mais barata. O desempenho do produto era praticamente o mesmo.
Se o lançassem no mercado com um preço menor, passaria a mensagem de que era inferior. Lançaram, então, a 20% acima do preço do cobreado (lembra medalha de cobre), um ALAMBRE DE PRATA QUE VALE ORO.
Vendeu muito bem. Poucas semanas depois, fizeram uma promoção, baixando 10% o preço. As vendas explodiram. E o custo de fabricação era bem menor do que o do cobreado…