Estudos após estudos têm mostrado que escutar é fundamental para a eficácia da liderança. Então, por que são tão poucos os líderes bons nisso? Muitas vezes, os líderes procuram assumir o comando, as conversas diretas, falar demais, ou se preocupar com o que eles vão dizer a seguir em defesa ou repudiação. Além disso, os líderes podem reagir rapidamente, se distraírem durante uma conversa, ou deixar de dedicar tempo para ouvir aos outros. Por fim, líderes podem ser ineficazes em escutar se eles são competitivos, multitarefados ou se eles deixam seus egos virar um obstáculo para ouvir o que os outros têm a dizer.
Em vez disso, os líderes precisam começar a realmente se preocupar com o que as outras pessoas têm a dizer sobre um assunto. A pesquisa também mostra que a escuta ativa, combinada com empatia ou tentar compreender as perspectivas e pontos de vista dos outros é a forma mais eficaz de escutar. Henry Ford disse certa vez que se houvesse algum grande segredo do sucesso na vida, encontraria-se na capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa e ver as coisas do seu ponto de vista.
Pesquisas já comprovaram vários tipos de comportamentos notáveis com a escuta empática. O primeiro conjunto de comportamentos envolve reconhecer todos os sinais verbais e não verbais, incluindo tom, expressões faciais e linguagem corporal diferente. Em suma, os líderes recebem informações por todos os sentidos e não apenas ouvindo. Líderes sensíveis prestam atenção ao que os outros não estão dizendo e vão um pouco mais além. Eles também entendem como os outros estão se sentindo e reconhecem esses sentimentos. Frases de exemplo incluem o seguinte: “obrigado por compartilhar como você se sente sobre essa situação, é importante entender onde todo mundo está vindo sobre a questão”; “quer compartilhar um pouco mais sobre seus pensamentos sobre esta situação?”; “Você parece animado (feliz, triste …) sobre esta situação, e eu gostaria de ouvir mais sobre a sua perspectiva”.
O segundo conjunto de comportamentos de escuta empática é o processamento, que inclui comportamentos que mais comumente associam-se com a escuta. Trata-se de compreender o significado das mensagens e manter o controle dos pontos da conversa. Líderes que são eficazes no processamento asseguram aos outros o que eles e os demais disseram, resumem os pontos de acordo e desacordo, e capturam temas globais e as principais mensagens da conversa. Frases de exemplo podem incluir o seguinte: “aqui estão alguns pontos-chave que eu ouvi desse encontro”; “aqui estão os nossos pontos de acordo e desacordo”; “aqui estão mais algumas peças de informações que devem ser reunidas”; “aqui estão algumas sugestões de próximos passos, o que você acha?”
O terceiro conjunto de comportamentos, responder. Isso envolve garantir aos outros que a escuta ocorreu e encorajando a continuidade da comunicação. Líderes que são bons em responder são eficazes ao darem respostas apropriadas através de reconhecimentos verbais, profundos e esclarecerem questionamentos. Comportamentos não-verbais importantes incluem expressões faciais, contato visual e linguagem corporal. Outras respostas eficazes podem incluir acenos de cabeça, pleno engajamento na conversa, e/ou o uso do reconhecimento de frases como “isso é um grande ponto”.
No geral, é importante que os líderes reconheçam a multidimensionalidade da escuta empática e se envolvam em todas as formas de comportamentos. Entre seus benefícios, a escuta empática constrói a confiança e respeito, permite que as pessoas revelam suas emoções, incluindo tensões, além de facilitar a abertura de compartilhamento de informações, e criar um ambiente que encoraja a colaboração de resolução de problemas.
Além disso exibir os comportamentos associados com a escuta empática, o follow-up é um passo importante para garantir que os outros entendam que foram escutados. Essa garantia pode vir ao incorporar o feedback e fazer as alterações, seguidas de promessas feitas em reuniões, resumindo a reunião através de notas, ou se o líder não está incorporando o feedback, explicando por que ele ou ela tomou outras decisões. Em suma, o líder pode encontrar muitas maneiras de demonstrar que tem ouvido as mensagens.
A capacidade e vontade de ouvir com empatia é muitas vezes o que define um líder distante. Ouvir as palavras não é suficiente; o líder realmente precisa trabalhar a compreensão e ponto de vista das outras pessoas envolvidas na conversa. Em uma entrevista recente, Paul Bennett, Chief Creative Officer da IDEO, aconselha os líderes a ouvirem mais e fazer a pergunta certa. Bennett explica que “a maior parte dos meus vinte anos eu assumi que o mundo estava mais interessado em mim do que eu estava nele, então eu passei muito tempo falando, geralmente de uma forma bastante desenformada, sobre o que eu pensava, apressando para ser inteligente, pensando sobre o que eu ia dizer a alguém, em vez de ouvir o que eles estavam me dizendo”.
Diminuir o ritmo, interagir com os outros, em vez de discutir infinitamente, tendo tempo para ouvir e aprender com os outros e fazer perguntas brilhantes são, finalmente, as chaves para o sucesso.
Autor: Christine M. Riordan.
Fonte: “Three Ways Leaders Can Listen with More Empathy”
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