No início da era cristã, a pessoa subitamente passou a entender e a praticar o amor ao próximo; no final do século 20, aprendeu a amar o cliente como a si mesmo…
Cair a ficha é um fenômeno que se percebe com muita clareza. Faz muito barulho. Se na sua empresa a ficha da Qualidade ainda não caiu… leia alguns exemplos vividos por outros.
Talvez ajude para perceber que algumas fichas não estão bem presas, no seu ambiente, e entender onde sacudir para que caiam…
A ABÓBADA DO FORNO CAIU – Num forno elétrico com aço a 1600 graus centígrados, a abóbada de tijolos refratários não durava mais do que uma semana. Se aprendeu a tirar o máximo dela: quando caía, o pessoal da manutenção entrava para fazer outros reparos, enquanto os pedreiros refaziam a abóbada. Como o tijolo era muito caro, o pessoal da produção ficava torcendo para que ela agüentasse mais um pouco, pois ela durando mais tempo o custo por tonelada do aço baixava. Quando ela finalmente vinha abaixo, se chamava o pessoal da manutenção, no meio da noite, para não perder tempo: quanto mais cedo o forno tornasse a produzir, melhores os resultados da aciaria no fim do mês.
Um dia, alguém inventou de interromper a vida da abóbada sempre nas quintas feiras, às 8:00 horas. Desperdício de tijolos, que poderiam agüentar mais algumas horas? A parada sendo bem organizada, o pessoal descansado e o material a postos, durava bem menos, e os reparos eram feitos com mais qualidade. A produção aumentou, o custo de refratários baixou. Fazer bem feito era – aprendeu-se então – mais barato!
O RITMO DAS CORRIDAS DO FORNO – Na mesma época, outra constatação surpreendente. Sempre se procurava tirar uma corrida do forno no menor tempo possível. Um consultor (americano aposentado) perguntou quanto tempo era necessário, disserem-lhe que eram 80 minutos, e ele, examinando os registros, verificou que o tempo variava de 75 a 160!. Ele
conseguiu que se padronizasse o tempo em 90 minutos. Mas 90, 90, 90, sempre 90. Quando a primeira corrida com menos de 90 não foi vazada – ficou esperando, pronta, chegar os 90 – as fichas começaram a cair. Dominado o processo de 90, baixou-se para 85, 80…. não sei quanto é hoje, mas há 20 anos atrás uma corrida já ficava pronta em 60 minutos. Fazer sem pressa é mais rápido, aprendemos então.
AS INTERRUPÇÕES DO LAMNADOR – se uma máquina fica produzindo durante mais tempo, a produção aumenta, é claro e é bom. Por isto se apurava cuidadosamente o tempo de interrupções do laminador. Quando ele parava, eram necessários reparos para fazê-lo voltar a funcionar. Ocorria várias vezes ao dia. O pessoal era treinado, comprometido e ágil: conseguiam recolocá-lo em funcionamento em cada vez menos tempo, e o tempo total de interrupções, ao fim do mês… aumentava!
Mudou-se o indicador . Passou-se a medir o número de interrupções, e não o tempo total de interrupções no mês. A ordem passou a ser fazer os reparos sem pressa, bem feitos. O tempo gasto no reparo aumentou, mas o número de paradas caiu drasticamente, e o tempo total de parada diminuiu muito. Aprendemos, então, que, fazendo com cuidado, mesmo gastando mais tempo… torna o tempo perdido menor!
A OBRA MAIS BARATA: aprendi com o Fúlvio Petracco, e reaprendi com meu filho, quase 40 anos depois: a obra mais barata é a que não se faz: a segunda mais barata é a bem feita!
Fazer com qualidade é mais rápido, é mais barato, e fica melhor.
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