é fundamental que você use os dados do que foi realizado até o presente para criar melhores cenários no futuro, e com isso, corrigir problemas e adequar seus processos. É importante entender que uma análise de causa e efeito nem sempre é o suficiente para identificar problemas processuais e estruturais dentro de suas rotinas, visto que são interações pontuais e com itens de controle muito específicos – algumas vezes se faz necessário sair de um processo e ter uma visão mais ampla. Quando falamos de uma boa análise, não estamos de maneira alguma falando de extensos e intermináveis relatórios, com todas as informações possíveis e imaginárias que você consegue juntar durante o mês, e sim de uma inspeção detalhada, porém prática. De nada adiantam muitas informações inúteis poluindo seus relatórios e análises.
“Survivor bias” – Viés do sobrevivente.
Abraham Wald foi um matemático húngaro que fez parte, durante a Segunda Guerra, do Grupo de Pesquisa Estatística (SRG, na sigla em inglês) – um programa sigiloso que mobilizou o poderio dos estatísticos para o esforço de guerra. Um dia, os matemáticos receberam uma questão dos militares. Eles queriam blindar seus aviões contra os caças inimigos. Mas a blindagem tornava as aeronaves mais pesadas, e aviões mais pesados são mais difíceis de manobrar, além de consumir mais combustível.
Blindar demais os aviões é um problema; blindar de menos, também. Os militares foram ao SRG com alguns dados que julgaram úteis. Quando os aviões voltavam de suas missões, estavam cobertos de furos de balas. Mas os danos não eram distribuídos uniformemente. Havia muitos furos na fuselagem e quase nenhum no motor. Parecia fazer sentido, portanto, blindar mais a fuselagem. Será?
A blindagem, segundo Wald, não deveria ir onde os furos de bala estavam, mas onde os furos não estavam. A grande sacada foi simplesmente perguntar: onde estavam os furos de bala que faltavam? Eles estavam nos aviões que faltavam. A razão dos aviões voltarem com poucos pontos atingidos no motor era que os muito atingidos no motor simplesmente não voltavam. A blindagem, para Wald, deveria ser feita nas partes onde não havia furos.
Por que Wald viu o que os oficiais, que tinham conhecimento e compreensão muito mais vastos dos combates aéreos, não conseguiram?
Os oficiais tinham uma premissa involuntária: os aviões que voltavam eram uma amostra aleatória de todos. Para um matemático, a estrutura subjacente ao problema do furo de bala é um fenômeno chamado de ‘viés de sobrevivência’, que sempre ressurge em variados contextos e que mostra a importância de se fazer uma análise pragmática e planejada das informações.
Uma nova Cultura Organizacional
Existem muitos momentos em que uma empresa precisa rever o que está sendo feito, tendo a necessidade de alterar processos e até mesmo a estrutura da companhia. Quando isso acontece, geralmente é preciso uma mudança de paradigma, visando alcançar maiores resultados ou corrigir problemas e, neste processo, é mais do que fundamental ter uma análise de dados concisa – é uma questão de sobrevivência.
A partir de uma conduta mais analítica e pragmática, é possível identificar com precisão quais aspectos precisam ser alterados, e isso não apenas facilita, como consolida o planejamento de curto, médio ou até mesmo longo prazo.
Referências:
https://exame.abril.com.br/ciencia/uma-defesa-apaixonada-do-pensamento-matematico/ http://www.ams.org/samplings/feature-column/fc-2016-06 http://www.qualitin.com.br